sábado, 2 de julho de 2011

A CRIANÇA E O MEDO


O medo está relacionado ao instinto de sobrevivência e é desencadeado pela falta de conhecimento sobre algo, o que o torna ameaçador e perigoso.
O amor é o grande antídoto do medo. O grau que cada criança está predisposta ao medo depende muito de ter ou não ter com quem possa contar. Pode-se afirmar que a criança  que possui figuras de apego confiáveis e disponíveis, torna-se menos medrosa diante do mundo.
Cada criança tem sua própria forma de manifestar medo ou qualquer outra emoção, contudo, existem alguns comportamentos universais que indicam a presença dessa emoção :
  • imobilidade
  • fuga
  • solicitação mais intensa do que o normal, de uma figura de apego
  • ansiedade
  • somatizações, como dor de barriga, de cabeça, entre outras...
O medo pode ser classificado em duas categorias:
  • Medos Naturais : de estar sozinho, de estar perdido, de barulhos e movimentos estranhos e súbitos, de pessoas e objetos estranhos, de se machucar e sentir dor.
  • Medos Aprendidos: aqueles que provém da observação de alguém significativo sentindo medo ou vivendo uma situação dolorosa. É importante saber que nós não conseguimos convencer uma criança de que não precisa sentir medo de algo que nós tememos, a não ser que assumamos o nosso próprio medo e compartilhemos com ela a vontade de superá-lo juntos.
Vejamos alguns tipos de medos mais comuns na infância e seus significados:
  • Medo de escuro: a maioria das crianças imagina que o escuro esconde animais pergosos, bruxas, monstros, fantasmas... E esse pensamento torna-se aterrorizante, devido ao fato de que à noite, a criança geralmente está "longe" de suas figuras de apego, o que a faz reviver a "angústia da separação", remanescente do trauma do nascimento e de que, por essa razão, surgem desejos reprimidos de ordem afetiva ou agressiva. O medo de escuro começa por volta dos três anos, quando surge a dificuldade de dominar impulsos agressivos, provenientes do intenso ciúme que sente em relação aos adultos significatos e aos objetos preferidos. E esses impulsos são projetados no seres aterrorizantes que "moram" na escuridão.
  • Medo de animais: o animal, para a criança. pode ser o amigo protetor em alguns momentos e, em outros, ser o grande inimigo. O medo do animal pode significar que a criança está atribuindo a ele seus próprios desejos de destruição e agressividade e, por isso, o vê como alguém capaz de voltar-se contra ela e machucá-la.
  • Medo da separação das figuras de apego: a fantasia de ser abandonada, rejeitada...esse medo de perder os adultos siginificativos pode intensificar qualquer outro tipo de medo. O medo da separação das figuras de apego fica muito mais evidente em algumas situações, como por exemplo a hospitalização onde os pais não puderam permanecer ao lado do filho e a criança fantasia que eles não virão buscá-la e que está alí porque fez algo errado, que está sendo castigado por alguma peraltice e desobediência. Isso também costuma ocorrer em relação á escola, quando a criança teme que os pais não irão buscá-la, porque ela não tem sido "um (a) bom (a) menino (a) !
Os  medos infantís ajudam  a criança a resolver parte de suas tendências agressivas e a preservar-se dos perigos reais que podem prejudicar seu desenvolvimento físico e emocional. Eles são passageiros e não trazem consequências nocivas, a não ser que pais e educadores adotem posturas radicais, superestimando-os ou substimando-os, o que pode gerar fobias .

A melhor maneira de se lidar com os medos infantís ( lembrando que as características individuais de cada criança deve ser levada em consideração ) :

  • dar explicações simples e sinceras sobre o que a atemoriza;
  • encorajar o enfrentamento e a superação de situações desagradáveis, ao invés de apelar para a negociação ( "se tomar a injeção, ganhará um doce"), pois a necessidade de negociar legitima a idéia de que terá que enfrentar algo terrível e acima de suas forças.
  • mostrar disponibilidade, caso a criança necessite de companhia, de afeto, de apoio.
  • ceder a algumas pequenas manias tranquilizadoras, sem exageros. Por exemplo, não há nada demais em permitir que a criança durma com um abajur aceso.
  • propor brincadeiras e jogos onde possa dramatizar a situação que a atemoriza.
Por fim, é importante lembrar que medos exagerados podem indicar que um acontecimento externo esteja reforçando um conflito interno e que este precisa ser resolvido antes que o medo se transforme em fobia. Por exemplo, a garotinha que temia exageradamente o fogo, por associar o seu poder de destruição aos seus desejos inconscientes de destruir o irmãozinho recém-nascido.

LEMBRANDO MAIS UMA VEZ :   O AMOR É O GRANDE ANTÍDOTO DO MEDO...E DEVE SER ASSOCIADO Á VERDADE E AO LIMITE !!!

2 comentários:

  1. Adorei tudo, principalmente a parte de negociar, nos paisfazemos muito isso. (se você fizer..., ou se..., vai ganhar algo) isso realmente não é bacana em nenhuma situação não só na superação do medo. Obrigada

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  2. Esqueci esse menino da foto é muito, muito, muito LINDO!!!!

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